quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Memórias da Pinheiro por Rosalva Rocha

A PINHEIRO MACHADO E A “LUZ VERMELHA”

(por Rosalva Rocha – 22/01/2010)

Por longa data a Pinheiro Machado foi conhecida por comportar, no seu percurso final, algumas pessoas (novas e umas um pouco mais velhas) que ganhavam a vida com a profissão mais antiga do planeta. Faziam simplesmente um comércio: trocavam sexo por dinheiro, e lá se ia a vida sem qualquer preconceito demasiado que eu lembre por parte da vizinhança. Elas passavam em frente às nossas casas e eram cumprimentadas com dignidade.

Lá pelos idos de 1970 a Claire (diga-se de passagem minha comadre), resolveu fazer uma Festa do Ridículo na garagem dos Winck. A turma se empolgou e ficou por dias a fio aguardando ansiosamente o evento.

Eu e a Luciana Dapper pensamos tanto na nossa fantasia que acabamos embaralhando as nossas cabeças. Meu pai ainda era vivo e, como sempre, muito espirituoso, nos disse brincando (imaginamos que sim):

- “Por que é que vocês não se trajam como as “vizinhas de cima?” (ele, em alguns aspectos, até que era bem vanguardista para a época).

Sugestão aceita!

Lembro-me de termos perdido umas 2 horas nos “fardando” para o evento e, quando prontas, lá descemos a lomba (penso que um termo somente utilizado pelos gaúchos), de bolsinhas em punho, no final de uma tarde ensolarada.

A Luciana trajava uma saia de crochê e alguns adornos muito estapafúrdios e eu lembro-me de ter conseguido uma “meia de arrastão” para dar maior autenticidade à fantasia.

No momento em que íamos descendo encontramos o Seu Cândido, que ainda tinha o açougue na esquina com a Marechal Floriano. Olhou-nos, cumprimentou-nos e demonstrou uma grande surpresa, especialmente porque estávamos totalmente “tapadas de maquiagem e muitíssimo produzidas”.

A festa rolou com algumas peculiaridades engraçadas que ainda lembro:

- A Claire apareceu de viúva grávida e, no meio da festa, deu à luz a um bebê (daqueles duros que ganhávamos no Natal e que estava providencialmente amarrado à sua cintura até o momento do nascimento).

- O Eraldo Gil foi vetado na entrada por não estar fantasiado. Retornou calmamente para casa, pegou uma meia de nylon da irmã, colocou-a na cabeça e deu meia volta. Perguntamos:

- “Mas o que é isto meu amigo?

E ele respondeu:

- Estou fantasiado de ladrão!”

Foi autorizado a adentrar para a folia que, na época, não podia correr muito solta, já que nossos pais determinavam o horário da chegada.

Obviamente que no outro dia dormimos muito (naquele tempo as meninas costumavam dormir até bem mais tarde).

Quando acordei, já no horário do almoço, fui chamada por meu pai, questionando:

- “A que horas vocês desceram ontem para a Claire?”

Respondi:

- “No final da tarde pai!”.

E ele continuou:

- “E viram o Cândido?”

E eu:

- “Sim pai, inclusive o cumprimentamos como sempre ...

O questionamento parou ali!

Muito tempo depois ele me falou que, em contato com o seu amigo Cândido, ficou sabendo que as “meninas da luz vermelha” da Pinheiro Machado tinham passado dos limites e de todos os pudores considerados absolutos para a época. E o pior: tinham cumprimentado-o com a maior intimidade na frente de várias pessoas na rua, o que desabonava a sua conduta de homem sério e provedor de família.

Sinceramente eu nunca soube o resultado da conversa, mas imagino que o meu pai tenha concordado com o amigo, com aquele ar sério que só ele sabia fazer em frente à uma situação engraçada.

Não deve ter exposto a filha e a amiga, até porque a idéia partiu dele!

E a Festa do Ridículo ficou na nossa memória e na história das nossas vidas, especialmente porque a Luciana sagrou-se vencedora como uma rainha ... e até hoje orgulha-se do título!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pérolas do Rico - o mais novo vovô da Pinheiro Machado

Nasceu, no último domingo, dia 31 de janeiro, na Clínica São José, em Botafogo, no Rio, a Gabriela, filha do Juliano e da Munich. Ela chegou as 12h56min, com 3.440 kg., medindo 48 cm.
Olha só que fofura ela é :