sábado, 31 de dezembro de 2011

Reflexões Tempestivas - por Artur P. dos Santos

TODAS AS MARIAS

Hoje me lembrei de uma passagem em minha vida: Talvez tenha sido para te contar antes que o dia acabe: Eu era jovem e empreguei-me em uma Padaria. Todas as filhas de meu patrão chamavam-se Maria. Uma era Maria Helena, a primogênita, a segunda era Maria Elisa, a terceira era Maria Conceição e a quarta Maria Beatriz, e ainda tinha uma sobrinha que ele adotou, que se chamava simplesmente Maria. E minha irmã mais velha também se chamava Maria. Adivinha como é o nome da mulher que escolhi para me casar? Pois é, Maria. E agora tu, a quem escolhi para contar esta história pela primeira vez. Sei que me atrasei alguns minutos. Espero que todos os relógios do mundo estejam atrasados também, pois quero homenagear todas as Marias, em especial a mãe de Jesus. Tenho certeza de que sabes, Maria Cristina, que seu nome era MARIA, de Nazaré.

sábado, 24 de dezembro de 2011

O Natal que eu queria - por Suely Braga

Eu queria um Natal

sem fome.

Onde a Paz

florescesse entre os homens,

Onde não imperasse

a maldade e a arrogância,

nem a corrupção

e a violência.

Sem guerra, sem genocídios,

Sem injustiças, nem exclusão.

Onde todos se amassem como irmãos.

Não uma festa de Noel.

A grande comemoração

fosse para Aquele

que trouxe a Salvação.

Uma festa de igualdade,

de fraternidade,

de solidariedade.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cotidiano - por Rosalva Rocha

As cartas
(por Rosalva Rocha – 05/12/2011)

Acabo de sair de uma sessão de cinema; porém, um pouco diferente das habituais: recostada displicentemente no meu sofá, com direito à pipoca, um squeeze com água e meia-luz.
Assisti ao filme NOITES DE TORMENTA, emprestado pela amiga-colega Benette.
Como todo bom filme, saio enebriada, com divagações diversas e louca para ter com quem discuti-lo. Não é o caso de hoje! São 23h22m. No chances!
Mas de tudo o que se passou o que mais chamou-me a atenção foram as cartas, as cartas que sumiram, que não mais são entregues pelos carteiros, não mais apanhadas na caixinha do correio e “cheiradas” antes de abri-las. Sim, eu cheirava as cartas antes de abri-las, especialmente quando o(a) remetente era alguém especial na minha vida.
Cartas que transportavam emoções, letras grandes, outras miúdas, algumas palavras desencontradas e, no final, quase sempre um fechamento inesperado, sutil.
Elas, com sua magia, eram capazes de adornar dias e dias com uma ternura sem fim.
Aonde foram parar?
Como boa (ou péssima! – não sei), guardadora de memórias, há meses atrás coloquei fora uma caixa enorme repleta de cartas de amigos, conhecidos, amores. Algumas delas continham até mesmo dissabores, mas eram cartas! A sua partida deixou-me triste por alguns dias e certa de que a outra caixa que ainda possuo somente terá o mesmo destino quando o meu coração estiver mais forte.
Será o tempo? a tecnologia? a constante mudança pela qual vamos nos adaptando sem perceber, como nuvem que passa? Não sei e não busco explicações; só sei que, prá mim, deixaram maravilhosas lembranças – e o filme provou isto de uma maneira profunda.
Sendo esta provavelmente a última crônica para o Insônias do ano, faço aqui um propósito: recomeçarei a escrever cartas. Não ousarei pensar que será um sacrifício postá-las nos Correios e, muito menos, se elas tocarão ou não alguém. Certamente eu serei tocada ao escrevê-las. Já bastará!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Autoajude-se com boa leitura

Uma cidade, amada, não existe
no espaço, nem se faz de ruelas escuras
ou avenidas orvalhadas.
Uma cidade é mais que um conjunto
de edifícios, ou não é nada.
Uma cidade é um estado de espírito,
uma esperança,
uma paixão enrodilhada
num desvão de escada.
Uma cidade, amiga, é uma saudade.

- Charles Kiefer -                             -