Carinhos especias sobrevivem na Pinheiro Machado ...
(por Rosalva Rocha – 15/05/2010)
Lá chego eu na Pinheiro Machado
Geralmente de 15 em 15 dias
Aos sábados pela manhã
Sempre um tanto atarefada
Cansada
Minha mãe aguardando ansiosa
Muitas coisas gostosas na mesa
Depois uma sobremesa
Um momento do soninho
Em uma cama com cheiro de talquinho
Bombons no criado-mudo e,
De repente, o despertar para a leveza
Nem todos os finais estes finais de semana
São iguais
Em alguns, algumas coisas me incomodam profundamente,
Mas vou em frente
Porque sei que lá há carinhos permanentes
À noitinha o barulho do jornal bate na grama
Minha mãe se joga para pegá-lo como se fosse uma jóia
Abre-o de traz para a frente e fica ali absorta
E, de repente, um toque na campainha
É a Dna. Mercilda com vários retalhos
Para compô-los comigo
Uma bela toalha que será trabalhada com carinho
E o domingo chega
E com ele, não raras vezes,
Um pão quentinho feito pela Dna. Teresinha
Recém tirado do forno
Como-o sem pensar no horário e
Guardo a metade para trazê-lo para a semana
E quando ligo para agradecer
Ela diz:
“Não agradeça
Há coisas que não se faz para receber”
Carinhos, carinhos especiais
Que é preciso sentir de mansinho
Para poder saboreá-los
Com a doçura com que são
Feitos de mansinho
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