sábado, 5 de junho de 2010

Memórias da Pinheiro por Rosalva Rocha

Carinhos especias sobrevivem na Pinheiro Machado ...

(por Rosalva Rocha – 15/05/2010)

Lá chego eu na Pinheiro Machado

Geralmente de 15 em 15 dias

Aos sábados pela manhã

Sempre um tanto atarefada

Cansada

Minha mãe aguardando ansiosa

Muitas coisas gostosas na mesa

Depois uma sobremesa

Um momento do soninho

Em uma cama com cheiro de talquinho

Bombons no criado-mudo e,

De repente, o despertar para a leveza

Nem todos os finais estes finais de semana

São iguais

Em alguns, algumas coisas me incomodam profundamente,

Mas vou em frente

Porque sei que há carinhos permanentes

À noitinha o barulho do jornal bate na grama

Minha mãe se joga para pegá-lo como se fosse uma jóia

Abre-o de traz para a frente e fica ali absorta

E, de repente, um toque na campainha

É a Dna. Mercilda com vários retalhos

Para compô-los comigo

Uma bela toalha que será trabalhada com carinho

E o domingo chega

E com ele, não raras vezes,

Um pão quentinho feito pela Dna. Teresinha

Recém tirado do forno

Como-o sem pensar no horário e

Guardo a metade para trazê-lo para a semana

E quando ligo para agradecer

Ela diz:

Não agradeça

Há coisas que não se faz para receber

Carinhos, carinhos especiais

Que é preciso sentir de mansinho

Para poder saboreá-los

Com a doçura com que são

Feitos de mansinho

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