domingo, 6 de maio de 2012

Capítulos da Josi - Razões


Razões.
Não acredito em acaso.
Pra mim tudo na vida tem uma explicação.
O que me levou a São José do Norte com dois anos de idade? A explicação que eu encontrei foi que fui parar no Norte pra ser feliz. Lá convivi com pessoas especiais e vivi os melhores anos da minha vida. Fui LIVRE, coisa que jamais seria em Porto Alegre.
Até hoje me perguntam se não voltaria pra lá. A minha resposta? Sim! Imediatamente. Desde que voltasse tudo como era, a responsabilidade (ou falta dela), os sonhos, as exigências. A gente constrói um caminho que nos modifica tanto a ponto de não voltarmos mais.
E foi essa construção que me levou a Pelotas. Custei a entender como fui parar estudando em Pelotas. Era sacrificado, não desumano, mas difícil. Só para chegar na universidade e voltar pra casa eram 5 horas de viagem diariamente, não raro, com o rebojo (minuano) entrando pelos olhos, nariz, ouvidos e frestinhas da lã.
Mas era lá que estava o meu grande amor. A pessoa que passaria todos os dias da minha vida ao meu lado. Ele veria pratear cada fio dessa imensa cabeleira e eu veria cair cada fio dele. Juntos choramos a ponto de nossos soluços nos impedirem de falarmos qualquer palavra de conforto. Mas rimos muito mais, gargalhadas que me causaram asma.
Construímos o mate perfeito, um pouco de pura folha, outro tanto de erva verde e o nosso gosto.
E aí fomos pra Santo Antonio da Patrulha. Lá descobri que filhos crescem e é impossível não alçar voos. Eu tive o conforto da família que, principalmente na situação que  eu estou hoje, mãe, me garantiria muita tranquilidade. Fui pra SAP aprender que as coisas nunca estão todas juntas e quando as oportunidades estão em outro lugar as pessoas não tem como ficarem unidas.
De SAP fomos pra Santa Maria. Foi em Santa Maria da Boca do Monte que aprendi uma grande lição: Saudade dói, judia, mas não mata!
E como num passe de mágica da vida, vim para Bagé.
Hoje fui chamada na secretaria do gabinete da Reitora da Universidade Federal do Pampa, onde trabalho, para ser informada que por conta de estar no último mês de gestação eu teria horário flexível. Houve uma preocupação com o conforto da cadeira, a necessidade de subir escadas e determinou-se que o meu horário de trabalho seria diferenciado. Na mesma instituição onde tive alguns dissabores fui surpreendida com um gesto de carinho que partiu de uma gestora que conheci a pouco e que tem uma estrutura de 10 mil pessoas para administrar.
Descobri ali, aos 8 meses de gravidez, o que vim fazer em Bagé; Vim para ver, com meus próprios olhos que pessoas boas podem estar onde se menos espera e podem nos atingir de uma maneira que elas jamais sonharão.
- Josi Borges -

Um comentário:

  1. Sem dúvida Josi, tudo tem um sentido nessa vida. Fantástica a forma como expuseste os teus sentidos ... Bjs,

    ResponderExcluir