sexta-feira, 11 de maio de 2012

Reflexões tempestivas por Artur P. dos Santos


VARA DE PORTEIRA.
p/Artur Pereira dos Santos

A cada tempo temos uma posição do corpo que lembramos com saudade.  Hoje, vendo a foto de uma mulher a se deliciar, de cabeça para baixo pendurada em um brinquedo de criança, deixando os longos cabelos quase arrastarem no chão, lembrei de quando pequeno deitava na área da casa, de assoalho de madeira, e ficava com as pernas levantadas, apoiadas na parede, e durante horas sonhava com o dia em que iria crescer e cavalgar sozinho um dos cavalos de meu pai. Mas a que me trás mais lembranças e dúvidas é justamente esta descrita na foto: Costumava ficar longo tempo com as pernas dobradas sobre a vara mais alta da porteira de entrada do pequeno sítio de meus pais, eu devia ter uns seis ou sete anos. Um dia um homem esguio, com barba e cabelos longos, vestindo uma túnica branca, se aproximou e, sem dizer nada, transmitiu com seu olhar a segurança que eu precisava para permanecer naquela posição. Só mais tarde o identifiquei, em uma folha de calendário antigo, mas não sabia quem era até o dia em que me foi apresentado, na forma de uma imagem de braços abertos, pregado em uma cruz de madeira. Não vestia a mesma túnica branca e longa com a qual O vi pela primeira vez, vestia quase nada e tinha chagas nas mãos, nos pés e no peito, além de uma coroa de espinhos na cabeça, Hoje, passado tanto tempo, me assalta uma dúvida: Ele teria mesmo me aparecido e encorajado a ficar naquela posição, o que é mais provável, ou eu teria adormecido assim e sonhado que Ele segurava minhas pernas para não resvalar até o terreno esburacado pela passagem da carreta de bois? De uma coisa tenho certeza: o Homem de barba e cabelos longos, trajando uma túnica branca, que desde menino esteve em meu sonho ou realidade, é o mesmo que morreu na cruz após ser perseguido por pregar a justiça, e seu nome é JESUS CRISTO.

Um comentário:

  1. Trazer à tona lembranças de infância é algo maravilhoso mesmo Arthur e, no teu caso, penso que não há dúvidas: era Ele mesmo! Crianças têm espírito elevado. Muito bom o teu retorno! Adoro ler-te "chefe". Grande beijo,

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