sábado, 22 de maio de 2010
Tropeços poéticos e saudades
segunda-feira, 17 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
Memórias da Pinheiro por Rosalva Rocha
A CHAVE DA NOSSA CASA
(por Rosalva Rocha – 07/05/2010)
Nesta quinzena serei muito breve.
Nada de texto longo, nada de muitos detalhes.
Mas vale o registro de um detalhe:
- Por razões que até hoje desconheço, eu e minhas irmãs somente ganhamos 1 cópia da chave da nossa casa aos 21 anos.
Alguma estratégia da minha mãe? Não sei e, para ser franca, nunca questionei. Mas penso que, certamente, pelo fato da nossa casa ficar, na época, com a porta constantemente aberta – a chave não era utilizada durante o dia (obviamente que em tempos passados, quando as fechaduras das portas principais eram tão simples que podiam ser abertas por dentro e por fora sem qualquer problema, a exemplo das fechaduras internas utilizadas atualmente).
OK! Até aquí tudo certo. Decisão dela e ponto final!
Mas como agíamos nas noites em que o “Bar do Athayde” estava bombando? E que depois dele íamos direto amanhecer dançando no JIM2?
- Agíamos da seguinte forma: batíamos na janela do quarto dela (na época o quarto da frente) e lá vinha a Dona Nita toda “paramentada” com sua camisola meia-perna abrir a porta, sempre com o mesmo questionamento: “E daí, como foi a noite?” Sempre muito curiosa e parceira das filhas e das filhas das vizinhas nos segredos amorosos.
Mas lá pelas tantas meu pai adoeceu e ela passou a dedicar-se integralmente a ele, dormindo somente quando lhe era aberto um espaço. Já não era mais possível ser acordada a qualquer tempo para abrir uma simples porta para as filhas que chegavam quase sempre “estropiadas” (aquí vale um parêntese: as filhas não! Eu! A Goretti sempre se mostrou mais comportada).
E eis que em uma noite eu chego em casa e percebo um bilhete enorme, em folha branca, tamanho ofício, escrito com letras garrafais: “MINHA FILHA, A CHAVE ESTÁ DENTRO DO CONTADOR”.
Ladrões? Ah ... eu penso que eles não existiam naquela época.
terça-feira, 11 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
Novela em Bate-bola - Penúltimo Capítulo
Passando a limpo - Capítulo 9 - JOELSON
Os pensamentos viajavam na mente de Joana. Nem percebeu que sua mãe não estava mais na sala. Embora cansada, o sono devia andar muito longe naquele momento.
Pegou uma toalha e foi ao banho, Era uma maneira de refrescar seus pensamentos. Ligou o chuveiro e deixou a água morna escorrer corpo abaixo. Na escuridão do devaneio, enxergava rostos antes nunca vistos.
Voltou para a sala. Amarrou a toalha na cabeça, cruzou as pernas no sofá e lembrou-se do tio, irmão de sua mãe que morava no sul e sempre dizia : - o amor é bichinho caborteiro : a gente pensa que sabe tudo e na verdade, não se sabe nada. - Tio Valter sabia de tudo, falou em voz baixa.
A mãe lhe chamou na cozinha e lhe deu um café quente com pouco de comida. - Fico preocupada quando está deste jeito, falou a mãe. - Nada não, mãe, estou um pouco baratinada. Amanhã já estarei boa.
Viu um pouco de TV e foi deitar-se. Apagou a luz. Procurou não pensar em nada, embora tenha sido difícil. Quando acordou já era madrugada alta. Pela manhã levantou-se no horário de sempre.
Quando chegou ao trabalho, conversou com as colegas. Parecia um dia normal. Foi fazendo os seus afazeres normalmente.
Eram quase nove horas quando o chefe chegou. Quando passou pela sala e deu bom-dia para todos, o coração de Joana disparou, sem saber porque razão. Nunca havia acontecido aquilo. Era um nervosismo muito estranho.
Quando estava quase calma, toca o telefone : era Marina. - Outro disparo. Ficou aflita : - Mas o que é isso, pensou consigo. Falaram banalidades e retomou o trabalho. Não conseguia se concentrar.
- Mas que amor esquisito é este, pensou quase balbuciando. - Encontro um homem, que a cartomante disse que me ama e quase morro de nervosismo. - Marina me liga e o coração dispara novamente. - Meu Deus, o que é isso comigo. - Aonde vão meus sentimentos ?
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Dentre várias sugestões sobre o título da novela, os autores escolheram “Passando a limpo”, sugerido pela colaboradora Rosalva Rocha.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Memórias da Pinheiro por Rosalva Rocha
Como toda grande família, a nossa não é diferente ...
(por Rosalva Rocha – 03/04/2010)
Inicio este texto esclarecendo que, quando o titulei, pensei na grande família Oliveira,
esta família que nasceu através do Vô Dodô e da Vó Rosalina.
Uma grande família com seus encantos, desencantos, intrigas, reencontros e tudo o que sempre tivemos direito até agora.
Alguns tios se foram e outros continuam para perpetuar as nossas histórias.
Somos ao todo 26 primos.
Muito embora a nossa infância tenha se passado de uma forma muito “unida”, sempre e sempre sob as orientações e eventos programados para nossa união, organizados pela vó, atualmente levamos nossas vidas mais separadas, cada um com suas famílias, suas preferências, seus caminhos ... mas há, sem sombra de dúvidas, um amor muito grande entre nós que, a meu ver, é a recompensa que, inconscientemente, proporcionamos à vó. Tudo é muito natural.
Mas dois primos se afastaram com o tempo, por motivos que, somente eles, quem sabe um dia, poderão explicar.
A história de hoje se refere a um deles que, segundo últimas notícias, atualmente reside em Minas Gerais. Chama-se João Batista e sempre foi chamado de Tista.
O Tista sempre foi o meu grande parceirão, a ponto de ter sido escolhido por mim para ser meu pagem quando fui Rainha do Carnaval Infantil no Clube Patrulhense e acompanhar-me como par-titular no meu Baile de Debutantes. Boas referências, não?
Sempre foi muito bonito e, quando nasceu o seu primeiro filho, fui convidada para batizá-lo – sinal de que a afinidade persistia entre nós. Mas, infelizmente, nem do meu afilhado tenho mais notícias.
Mas, tirando a sua decisão de afastamento, que respeito, deixo aquí registradas algumas travessuras que ele aprontava e que, sempre acabavam caindo na Pinheiro Machado.
Ele residia na casa nos fundos da nossa (hoje a casa da Viviane e do PTB).
Era louco por TV e o seu programa favorito o “Zorro”. O protagonista o instigava tanto que em um dia qualquer ele simplesmente subiu no galinheiro (sim, minha Tia Toni tinha um galinheiro nos fundos da casa), colocou uma capa preta e resolveu saltar ... obviamente que imaginando que “voaria”. Não deu outra: muitos cortes, muitos curativos, muitos dói-dóis e a promessa de que nunca mais faria algo parecido. Penso que se conscientizou de que ele literalmente não era o Zorro!
A sua imaginação era tão fértil que ele imaginava que tinha um pote de ouro entre o nosso terreno e o terreno da Dona Mercilda ... e para lá se dirigia todos os finais de tarde, cavocando sem parar, para desespero das duas senhoras.
Tomava Gardenal? Não sei! Talvez alguns remedinhos caseiros que o auxiliassem a parar de sonhar ... de se agitar ... de tirar as pessoas do prumo. E como as tirou!
E por onde andas Tista?
Por que te afastaste de todos?
Quantas risadas poderíamos dar se apareces de repente e retomasses com a capa preta ...
E, sabe-se lá, se não acharias o pote de ouro, só que com uma restrição: ele não mais seria teu; e sim da minha mãe e da Dona Mercilda que te aturaram nas tuas loucuras sem nunca ter se queixado, falando somente; “pobrezinho, esse menino tem problemas”.
A vida vai passando e a gente, mesmo sem perceber, vai crescendo espiritualmente e tendo certeza de que as “palavras têm força”.
Que elas cheguem a ti de alguma forma (mesmo que através de um passarinho com este texto no bico).
A família Oliveira continua a mesma e certamente te acolherá com muito carinho ... Mas certamente não te furtarás à resposta que muitos te farão:
- Continuas sonhando com o Zorro e o pote de ouro?
Nada, mas nada além disto!