quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Novela em bate-bola - Capítulo 6

CAPÍTULO 6 - JOSI

As palavras do chefe não lhe saiam da cabeça.
Tentou colocar em prática a ordem de colocar o serviço em primeiro lugar, mas a única coisa que pensava era como uma pessoa que tumultua o ambiente de trabalho porque está com problemas com a esposa pode exigir que os outros não misturem a vida profissional e pessoal.
Joana estava furiosa, visivelmente nervosa com os poucos minutos de diálogo com o chefe.
Ela só ouviu e isso era o que mais incomodava. Poderia ter dito umas verdades; poderia ter gritado para todos ouvirem que ela não tinha problema algum e que a discussão só ocorreu porque ele era um grosso que tratava mal a todos.
Mas ela sabia que precisava do emprego e que mais uma palavra ela iria pra rua. Em conseqüência, trancaria a faculdade e deixaria a mãe em situação difícil, já que seu salário era importante para as duas.
Eliza percebeu imediatamente o desconforto da colega e sabiamente, como sempre, esperou que Joana se acalmasse um pouco antes de procurá-la.
- Joana, tudo bem?
Sim! Respondeu secamente Joana.
-Imagino que ele tenha lhe cobrado ser mais calma e ao final disse que gosta muito de você, com um sorrisinho que deixa qualquer um constrangido.
-Constrangido não, com raiva mesmo! Mais raiva de não ter dito o que eu penso a respeito dele. Ele me disse que as vezes me comporto como uma criança mimada.
-Você é inteligente Joana, sabe que a convivência no trabalho é só algumas horas por dia, que sua verdadeira essência está lá fora. Além disso sabe que você tem pavio curto e isso é reflexo dos seus problemas pessoais e do esforço da sua mãe para que superasse o que aconteceu, ela sempre lhe superprotegeu.
Joana sabia que a colega tinha toda a razão, mas continuava furiosa. Apenas para encerrar a conversa, disse:
-Está certo! Vou me acalmar, até porque nem posso matar mais aulas na faculdade.
Concentrou-se no trabalho e passou calada a tarde toda.
Pegou o mesmo ônibus que pegava todos os dias há três anos; ficou de pé, como sempre e disse ao cobrador o que dizia sempre: -Boa noite! Já que não estou nem no meio do curso,m desejo apenas que chegue as férias! E sorriu.
Ao chegar na faculdade todos os colegas estavam na frente da sala.
Joana ficou na dúvida se adivinharam o péssimo dia que tivera e resolveram recepcioná-la ou se algo pior estava acontecendo.
-O que houve? Perguntou Joana.

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