sábado, 9 de abril de 2011

Capítulos da Josi - Respeito

Deveria começar me apresentando, há tanto tempo não escrevo que acredito que uma série de seguidores do blog não me conhece, outros, me esqueceram.
Bueno, tudo tem uma explicação e a ausência se justifica pela turbulência que passei desde dezembro de 2010.
Aprovada no concurso da Universidade Federal do Pampa, juntei o termo do mate e o poncho e me toquei pra Bagé (outros lugares diriam: “de mala e cuia”) e entre adaptação e busca de um apartamento, ainda fui trabalhar uns dias em Santana do Livramento, cidade que abriga um dos 10 campi da UNIPAMPA espalhados pela região da campanha.
Agora, fui me cadastrar para receber as novidades do blog pelo e-mail e li o texto da Rosalva “Aonde fomos parar?” (03/03/2011), comentei e me inspirei a falar sobre esse tema que tanto defendo.
Recentemente encaminhei minha monografia jurídica de pós-graduação à orientadora, para fazermos os últimos ajustes. Chama-se “A Lei da Palmada e sua contribuição para o descrédito da justiça penal”.
Escrevi 50 folhas lamentado que o Estado interfira na educação de crianças e jovens já amplamente amparados por suas faltas de limites.
Sustentei e mantenho a clara distinção entre maus tratos e correção pedagógica. Não concordo com abusos de poder ou excesso corretivos sobre as crianças.
Apenas sou contra os defensores que alegam que os pais que educam causam traumas aos filhos. A meu sentir, traumas causarão as gerações, que desconhecem respeito, a todo resto da sociedade.
Antigamente os “mal-educados’ eram os marginais, as pessoas menos favorecidas, aqueles que não tinham uma boa formação ou a família não mantinha bons hábitos adquiridos com convívio social adequado. Hoje a falta de respeito e educação também anda de carro e veste Lacoste.
Há muito se foi o tempo em que víamos só pelo noticiário jovens de classe média/alta por fogo em pessoas desprivilegiadas economicamente e atacar mulheres trabalhadoras por confundirem com prostitutas (como se isso absolvesse da agressão).
Já está a nossa frente senhores e senhoras matando desenfreadamente no trânsito, jogando lixo por onde passam e expondo-se em um apelo promíscuo. Que abandonam os seus filhos pagando-lhes o que entendem suficiente para compensar a ausência.
Estão à nossa volta, sabemos os seus nomes e os títulos que têm.
Rosalva, no seu texto, cita outra situação de desrespeito, dessa vez protagonizado por adolescentes. Pessoas que provavelmente não tiveram limites em casa e que continuarão seu processo educativo com professores que também tem suas fragilidades e que também vivem numa sociedade cujo respeito ao próximo e ao ambiente é perfeitamente desprezível.
Acostumamo-nos a justificar a falta de educação como ausência de oportunidade, desnivelamento social e inexistência de acesso a cultura e educação de qualidade. Hoje, a grande preocupação é que não há mais justificativa para os absurdos que presenciamos, simplesmente porque não é exceção e sim generalidade.
Fiquei surpreendida com a manifestação de um amigo, médico, que disse: “eu saí da faculdade um ser humano pior do que entrei. Quando entrei, era um jovem que estudava muito, igual a todos no cursinho, saí um doutor privilegiado, doutrinado pra manter a condição de superioridade sobre todos aqueles que não tiveram o estudo ‘público’ que eu tive”.
É nossa responsabilidade!
Nós que temos carro, devemos obedecer as regras de trânsito; nós que temos família, educar bem nossos filhos; nós que fazemos parte do reduzido número que tem acesso a internet, nos informarmos para passarmos adiante condutas de bem; nós que temos estudo, sermos efetivamente educados.

-Josiane Borges-

6 comentários:

  1. Que maravilha te encontrar por aquí novamente Josi. Que agora seja prá sempre! rsrs. Mais do que providencial o texto. Amei! Sucessos por aí. Bjs,

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. PARABÉNS PELO maravilhoso texto... Muito bem escrito... Mário Feijó

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  4. Muito bem escrito Josi... Parabéns!!

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  5. Muito bém filha parabéns! Cada vez mais eu me orgulho de tí, beijos...

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