Simplesmente não abri concurso público para amigos
... e falando em amigos,
Simplesmente não abri concurso público para amigos.
Não sei se fui doutrinada a aceitar ou os escolheria de qualquer forma, enfim, tive a sorte de nascer em uma família muito legal. Já a minha família afetiva, de quem adotei inclusive o nome, essa sim, foi aprovada com sucesso nos meus rígidos critérios de seleção.
E além da categoria família tem a categoria conhecidos e a categoria amigos.
A primeira a vida se encarrega de colocar na nossa frente. Posso passar horas a fio que a relação não evolui. As vezes aumenta um grau na escala de carinho, as vezes desce um grau, outras vezes despenca e aí, para uma leonina, nunca mais sobe. Pra mim existe pena de morte, morte companheirismo.
Quando os conhecidos sobem os degraus dos meus conceitos se tornam amigos. Aí sim, amigos mesmo. Amigos que moram longe ou perto, mas que fazem uma diferença enorme no meu comportamento.
Aos amigos eu me disponho a sair com frio e sou capaz até de andar alguns quilômetros para vê-los. Vou a lugares que nem gosto muito ou faço o que nem tenho vontade, desmarco compromissos menores, só pela parceria.
Consigo defini-los quando sinto saudade. Essa é a resposta... quando sinto saudades é porque estão no topo das minhas considerações.
Enquanto não me fazem falta continuam na categoria conhecidos, que nada mais é do que pessoas que passam.
E o meu seleto grupo de amigos conta ainda com distinções. Os amigos irmãos, além dos meus irmãos, podem fazer o que quiserem, dizer o que quiserem, porque eu sei que dali vem o conselho com a melhor das intenções.
Amigos ausentes, que nunca vejo, mas quando encontro vale a pena estar junto.
Amigos referência. Alguns eu nunca imaginei que poderiam ocupar esse lugar, até mesmo não imaginei que figurariam entre os meus amigos, mas estão lá e, mesmo com os meus preconceitos, se mostraram meus espelhos de caminhada. Assim os observo, ouço, pra enxergar na minha vida, do meu jeito, as bases que entendo dignas de seguir.
Não tem interstício temporal mínimo para atingir o topo dos meus sentimentos, em contrapartida, dependendo do tempo e da minha interpretação das atitudes, simplesmente não tem mais chance de galgar nenhum nível mais. Resumidamente corto mal pela raiz. E ainda assim, com todas essas exigências, já me decepcionei muito.
Tenho amigos de infância, de colégio de faculdade de Santo Antonio, Santa Maria, UNIPAMPA... Pessoas que nutro sentimentos incomensuráveis e indistinguíveis.
Não teria, hoje, condições de viver sem ler os e-mails dos meus amigos, “tuitar-lhes”, chamá-los no MSN, marcar encontros mesmo que nunca aconteçam, promover programas para comer, matear, chorar as pitangas ou tomar porres e dar risada.
Todos os meus amigos são eternos, os demais... meros ilustres conhecidos!
- Josi Borges -
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