terça-feira, 7 de junho de 2011

Delalvescrevendo

Elo de loucura


Íntimas silhuetas... Olhar distante,
agonia surda de alma inquieta...
Inseguros diante do Silêncio
e clinicamente histéricos
fugimos da sombra,
dos imprevistos e da razão
que dilacera nossos risos.
Insanas promessas pragmáticas...
Sonoras ilusões insuficientes
de um sonho problemático!
Crença impotente de humanos
incapazes de acreditar na lógica.
Lógico, eloqüente-dramático
– aparentemente suspeito,
frenético, corrosivo, fatigado.
Desenfreado absurdo!...
Velhos impulsos, implosões...
Bastardo juízo estilhaçado.
Insultos, razões indefinidas...
Convulsivo, inconscientemente
entre todos, a silhueta:
– epidemia, sexuado o medo
à sombra vazia... O precipício.

Publicada em Considerações Pré-maturas & Outras ausências. Editora Ponto: Osório, 2008. Esta poesia reflete nitidamente a nossa caótica sociedade atualmente: a correria no dia a dia, o excesso de informações, as tragédias inexplicáveis, os desencontros, as desilusões, a autossuficiência, o individualismo, o isolamento. Vivemos numa época transitória, e isso causa um profundo desconforto nas pessoas.
- Delalves Costa -

Nenhum comentário:

Postar um comentário