quarta-feira, 21 de abril de 2010
O BAILE DE MÁSCARAS
domingo, 18 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
Memórias da Pinheiro por Rosalva Rocha
UM SUSTO DAQUELES ...
(por Rosalva Rocha – 21/02/2010)
Na época da minha juventude, não raras as festas de aniversário de 15 anos eram realizadas na própria residência da(o) aniversariante. Geralmente as “guloseimas” eram feitas pela própria família e os móveis da sala arredados para que, após o “parabéns à você”, a turma pudesse dançar à vontade, obviamente que dentro dos padrões estabelecidos para a época (nada de rostos colados!).
Descendo a nossa rua e dobrando à esquerda, na primeira quadra, lá residiam duas grandes amigas da Pinheiro Machado, filhas do Seu Irani e da Dona Carmem – a Clarice e a Jussara. Tinham idade muito próximas e sua casa sempre foi aberta aos amigos de uma forma muito carinhosa.
Chegando o seu aniversário de 15 anos (as duas comemoraram juntas), nós, as amigas, começamos os preparativos - cortes de tecido comprados no Seu Antônio Chico, maquiagens compradas da Dona Nilda (do AVON) e por aí afora. Muito raramente tínhamos a oportunidade de ir à Porto Alegre para alguma aquisição. O dinheiro era sempre muito curto para as meninas da Pinheiro Machado, mas nossas mães sempre “se puxaram” para que as filhas não se entregassem à ausência de algum adorno que as deixassem mais belas.
A ansiedade era inevitável!
Lembro-me até hoje do meu trajinho: “uma saia de linho bege um pouquinho acima dos joelhos e uma blusa estampada com verde, com uma larga fenda nas costas”. O cabelo? Ah sim, ao estilo “pigmaleão”, cheio de laquê! Os olhos pintados com sombra verde nos tons mais variados e, é claro, cílios postiços (acreditem ou não! mas na minha época os cílios postiços eram muito usados – o pior era a tiragem da cola no dia posterior ... mas tudo era válido!).
O dia do aniversário chegou! Três horas de produção e lá saí do meu quarto toda “engomada”. Meu pai, sentado na sua cadeira preguiçosa na área da nossa casa olhou-me, esboçou um sorriso e foi logo dizendo: “No máximo 1 hora da manhã minha filha! No máximo!” (aquelas palavras até hoje me doem – sempre fui meio louca, mas no fundo comportada, não esquecendo jamais que sou do signo de virgem, com ascendente em escorpião e lua em leão, o que me confere uma certa dose de “seriedade”).
Neste momento não me lembro com quem fui, mas provavelmente com toda a turma da Pinheiro.
Chegando lá me deparei com uma bebida que nunca havia tomado antes, toda ela colocada em uma enorme vasilha de vidro com as xícaras penduradas ao seu redor. A bebida chama-se “bole” e a vasinha “boleira”. É feita com frutas diversas e champagne. Muito boa e “chique” na época.
Vale parar um pouquinho para comentar que, graças ao meu encanto com a tal da “boleira”, acabei herdando da Vó Rosalina as xícaras (somente as xícaras) da boleira dela. A boleira fora “espatifada” antes do seu falecimento. Conservo-as na minha cristaleira da sala com muito carinho.
Retornando ... as aniversariantes estavam lindas como sempre: a Clarice com seus cabelos extremamente lisos e negros e a Jussara com seus olhos azuis ... sempre muito educadas e, naquele dia, ainda mais solícitas aos amigos. Belas anfitriãs!
O aniversário transcorreu maravilhosamente bem para satisfação especialmente da Dona Carmem, que sempre teve um orgulho imenso “das suas meninas”, tirando um pequeno deslize de nosso amigo Joel Cardeal, que, estabanado como sempre, acabou tropeçando sobre o lindo bolo de aniversário. Alguns retoques foram dados ligeiramente no bolo e lá seguiu a festa.
Eu, desfalecida com uma paquera de uma semana anterior, acabei esquecendo qualquer promessa feita ao meu pai. “Ele” (a paquera) me tirou para dançar, nos encaminhamos para o meio da sala, cuidei para não colar o rosto no dele e acabei me esvaindo naquela paixão que, convenhamos, era muito mais intensa do que as paixões que rolam atualmente.
A imaginação corria solta até que, subitamente ... um susto daqueles!!!!!!!!! Meu pai, vestido de pijama (acreditem! e era listrado!), com cara de “leão pronto para pegar a presa”, postava-se na porta de entrada da sala.
Não vejo qualquer necessidade de finalizar a história.
O episódio por si só se explica!
Em tempo: Ao ler esta história para minha mãe a mesma comentou que, no momento em que o meu pai entrou no aniversário de pijama, ela chorava na esquina da Pinheiro Machado com a Marechal Floriano, com a Maria Inês bem pequena no colo, dizendo: “Meu velho, por favor, não faça a nossa menina passar vergonha ...”
E como passou ...
terça-feira, 13 de abril de 2010
Novela em Bate-bola - Capítulo 8
Capítulo 8 - JOSI
Joana nunca acreditara muito em esoterismo, misticismo, essas coisas, mas não podia negar que ficou muito mexida com o que a cartomante lhe disse.
Voltou para casa tentando se distrair para esquecer toda aquela loucura que lhe foi dita, mas não havia como distrair-se com coisas que via diariamente no trajeto pra casa.
Abriu a porta e a mãe veio recebê-la contando a briga que teve no prédio entre a vizinha do 302 e o síndico, não parava de falar do bate-boca que houve até perceber que Joana não ouvira uma única palavra, estava pálida e longe, sentada no sofá.
A mãe assustada questionou: - Que foi Joana, ser a pessoa de confiança da turma para tratar de um assunto delicado com um professor deveria ser uma honra e não uma preocupação!
- Que nada, mãe! Respondeu Joana. Tá tudo tranqüilo na faculdade.
- Então foi aquele teu chefe arrogante, o que foi dessa vez? Eu já te disse minha filha, saia desse trabalho; podemos apertar as contas até conseguires algo melhor. Fome não passaremos.
- Não é nada disso mãe, se tu me ouvires poderei te contar!
Joana passou a relatar a ideia de Marina e a experiência com a vidente. Confessou que ficou impressionada com as palavras daquela mulher desconhecida que a conhecia tão bem.
O que mais a surpreendeu foram as previsões. Segundo a mulher, o futuro lhe reservava muita coisa boa.
Joana sempre foi muito insegura. Sempre achou que nunca teve sorte na vida e que não havia as mínimas condições de melhorar.
Estava acomodada com sua situação, fazendo faculdade e trabalhando num lugar que não era o melhor do mundo, mas era suficiente para suas despesas.
A única intranqüilidade de Joana era o amor!
Há quanto tempo não se interessava por ninguém. Pior, achava que não tinha nada que atraísse alguém.
Mas as palavras daquela mulher encheram-na de esperança. Acreditava que havia alguém muito próximo que ela não desconfiava.
Quem ela odiava tanto que se confundia com amor.
Só havia uma pessoa que ela odiava:
sexta-feira, 9 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Monjolo forever - vamos caminhar?
terça-feira, 6 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Dica da Rosalva
Aproveito a oportunidade de postagem deste blog para divulgar um texto de uma grande amiga ...
Não deixem de lê-lo!
Vale a pena também a dica do livro abaixo ... e fiquem atentos para o próximo!!!
Em tempo: É conhecedora da Pinheiro Machado também!
Numa sala de chat dos 30 aos 40 anos ...
(por
Blog: www.lonise.blogspot.com
Comentarista semanal do site www.radiowebdagente.com.br
“ ... Que incrível ... Em pleno maio de
Por que a natureza humana é assim: tanta gente jogada, desinteressada, parada no tempo? Por que tenho tanta vontade de experimentar o novo e convivo com tanta gente que não tem nenhuma vontade? Ai, agora dei um ALT TAB e vi a resposta da s@ud@des: trinta e oito anos, três filhos e teclando, gaúcha. Fiquei feliz, perguntei se queria continuar teclando e quis. Legal, tem gente que diz que chat é só putaria. Claro que tem, mas tem parceria, novidade e amizade também. Aliás, como em qualquer convívio social.
Estou feliz. Hoje recomeço o meu livro, parado por tanto se tantos anos, devido aos filhos.
Ai, os filhos, é tanta coisa para escrever, tudo o que aconteceu: filhos, Brasil, Internet. Mas vamos aos poucos. Hoje fica na história: é o reinício. Coragem para reiniciar, era o que faltava. Aquí está ela. Iniciei, agora só vai ...”
E, em breve será lançado o seu segundo livro, intitulado MERIDIANO 51.
Segue um briefing do mesmo:
O livro Meridiano 51 - e que já foi Quarentonas - é um conjunto de “crônicas-desabafos” de uma mulher na faixa dos 40 anos questionando o nosso país. Inicia com um estudo político do Brasil a partir do umbigo de uma mãe preocupada com o futuro dos seus filhos neste país.
Essa busca a leva a trabalhar por um período fora do país com a família, sempre questionando e tentando mostrar aos seus filhos na prática a relatividade das coisas.
Misturando crônicas, emails e papos no Messenger, ela discorre sobre os preparativos, o período de adaptação, o aprendizado, o questionamento sobre a profissão, a solidão, os encontros, os desencontros, a volta para a cidade natal, Porto Alegre. Os problemas e questionamentos que toda quarentona vivencia, independente do país no qual vive, são permanentemente abordados.
Rosalva - 30/03/2010
Vamos caminhar?
SOMBRAS
Memórias da Pinheiro por Rosalva Rocha
Uma tia que eu não esqueço
(por Rosalva Rocha – 15/02/2010)
Tia
Foi casada com o Tio Julio Rocha (o irmão mais novo de meu pai) e, desse casamento, nasceu o Junior Cesar (meu primo “Cesinha”, que, após o falecimento prematuro da mãe, imigrou para o Nordeste e por lá ficou, certamente para saborear as praias paradisíacas a que tem direito). Graças à tecnologia nos reencontramos e constantemente nos comunicamos, permanecendo o mesmo carinho de sempre. Formou uma família linda, a qual só conheço por fotos, mas “alguma coisa me diz” que em breve nos encontraremos.
Minha mãe sempre conta que a Tia Maria, no dia do seu casamento, estava muito linda e ainda guarda uma foto dos noivos cortando o lindo bolo, ela com um vestido branco de brocado. Seguidamente lembra que o casamento aconteceu no Rolante e a festa no Rolantinho, com o churrasco e os demais acompanhamentos feitos no forno, bem ao estilo português.
Angariou simpatia por todos os cantos, especialmente a minha, pois eu fui a sua “boneca-teste” por muito tempo.
Quando resolveu estabelecer um Instituto de Beleza na Av. Borges de Medeiros, utilizava-se da “boneca” para testar as suas habilidades. Sendo assim, muito nova eu já me destacava pelas belas unhas pintadas (muitas vezes criticadas pelo meu pai), cachos muito bem seguros por um laquê de endurecer até mesmo uma pena e, quando necessário, dormia com inúmeros grampos presos sob o meu cabelo encaracolado para deixá-los muito lisos no dia posterior (chamava-se de “touca”). E, assim, a boneca ficava bonita e se divertia nas mãos da sua tia querida.
Lembro-me da primeira vez em que ela resolveu colocar um rímel nos meus olhos. Chorei a tarde inteira e ela trancou-me no Instituto para eu não chegar em casa com os olhos inchados. Até hoje choro quando coloco rímel. É sempre um suplício.
Gostava de pintar os meus olhos na cor azul, com tonalidades diferenciadas que acabavam formando um lindo “degradée”.
Para tirar as minhas sobrancelhas ela se utilizava de alguns artifícios, já que eu sentia muita dor. Pegava um algodãozinho embebido no álcool e massageava carinhosamente por muito tempo, antes de lançar a “pinça fatal”.
Ensinou-me a contornar o batom com lápis vermelho, o que costumo esporadicamente fazer até hoje.
E sempre que o “desmanchar dos penteados” me doía a cabeça em função do laquê ou a “pinça assassina” me deixavam irritada ela dizia: “Minha filha, é preciso sofrer para ficar bonita!”. Ainda hoje penso nesta frase e, sem dúvidas, graças à minha querida tia, apesar dos 50 anos, continuo com a mesma vaidade de sempre.
E, para finalizar deixo registradas as palavras do Cesinha há meses atrás através do Orkut: “Prima, a mãe sempre gostou muito de ti e penso que ela, se tivesse uma filha, gostaria que fosse igualzinha à ti.” Acabou me comovendo ... Sem dúvida, tínhamos um amor e uma cumplicidade muito grande.
Saudades ...