É impossível para alguém que escreveu uma vez em um blog cultural, não voltar a ele nesse momento.
Momento de luto pela perda da cantora argentina Mercedes Sosa.
Talvez pela perda da mulher Mercedes Sosa, que apenas usou sua incomparável voz e talento para alterar as rotinas normais da música latinoamericana.
Mercedes não se contentou em cantar o folclore de Tucumán (Província Argentina onde nasceu) e cantou o folclore argentino, chileno, boliviano, brasileiro...
Embora seu estilo musical fosse muito próximo do estilo gaúcho cantou, por exemplo, com Fito Paez, Shakira, Luciano Pavarotti, Andrea Bocelli além de gravar com brasileiros como Daniela Mercury, Chico Buarque, Gal Costa, Beth Carvalho, Luis Carlos Borges e Milton Nascimento, de quem regravou muitas músicas; prova de que foi capaz de fazer no mundo o que os brasileiros não conseguem fazer no próprio país, unir gênero e gerações musicais de forma perfeita.
Na minha vida ela também deixou história. O meu casamento em Santo Antonio da Patrulha foi uma junção de diferenças: lugares, ideias e culturas diferentes. A começar pelos noivos, ele o Gaúcho, vive o Rio Grande do Sul na mais profunda essência; ela a Moderna, curte Titãs e não dispensa o samba. Pois foi nesse choque que durante o jantar rodou todos os DVDs de La Negra, admirada e elogiada por todos os convidados. Unanimidade.
Ela era assim, não precisava gostar do tipo de música, bastava gostar de boa música para gostar de Mercedes Sosa.
Ela se foi...nos deixou órfãos da sua presença; mas não da sua voz, que continuará rompendo gerações através dos fãs, como eu, que terão muito dela para passar aos filhos.
La Negra mesmo cantava (de Milton Nascimento) “Quem trás na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”.
- Josi Souza Borges -
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