Quase
que diariamente, Seu Cândido, o nosso Candinho, comparecia na
Igreja para alguma tarefa: fechar uma janela, abrir uma porta, apagar
uma luz, varrer embaixo da figueira, cuidar dos espetos, colocar o
lixo na rua.
Tinha,
também outras coisas: uma vistoria na horta, a limpeza de uma
muda que plantara, uma varredura no salão ou ainda, um simples
bate papo com os padres ou funcionários.
Nos
finais de semana, seu catecismo era chegar na Paróquia uma
hora antes da missa, pois sempre dizia: gosto de chegar cedo para
abrir a Igreja e tocar o sino, como se fosse o maestro preferido da
orquestra de ferro.
Pelas
ruas da cidade alta era diário o seu caminhar. Um papo aqui,
uma paradinha ali, como se da sua casa até a Igreja, tudo
fizesse parte do seu patrimônio, como vereda da sua vida.
A
constante visita aos adoentados da cidade era um capítulo da
sua religião. Todos tinham que receber o seu conforto.
Nós,
moradores da cidade alta, vileiros como somos chamados, sentiremos
saudade do Candinho. Não veremos mais o seu caminhar vagaroso
pelas ruas da velha vila. Não presenciaremos mais sua descida
mansa e calma pela Pinheiro Machado, rumo à sua casa. Os sinos
sentirão saudade. A melodia da torre da Matriz ficará
mais triste.
Candinho
se foi.
Joelson Machado de Oliveira
É verdade Joelson, o Seu Cândido se foi e deixará a cidade alta, a igreja, a comunidade e a Pinheiro Machado tristes. Mas a despedida foi tão linda, que eu penso que ele mesmo nos brindará com muitas coisas boas a partir de então. Obrigada por teres escolhido palavras tão certas para descrevê-lo. Ele realmente merece! Bjs,
ResponderExcluirPoucas palavras e uma homenagem singela e merecedora. Outra do Candinho: logo que terminava a missa do domingo à noite, fechava a porta da frente após a saída do povo. Mas nós, músicos e liturgistas, ainda arrumávamos os apetrechos prá guardar na sacristia. Saíamos pela lateral e sempre tinha alguém que falava: "o Candinho trancou a gente na igreja de novo!!!" Serão sempre lembranças...
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