CAPÍTULO 3 (JOELSON)
Joana deixou escorrer a água da cabeça aos pés para que levasse ao ralo o seu cansaço, as suas preocupações e, sobretudo, as suas dores.
Enxugou-se rapidamente por causa do frio. O banheiro era uma nuvem de fumaça.Enrolou bem uma toalha na cabeça e foi para a mesa onde sua mãe já a esperava. A lentilha fumegava.
- Ah, que delícia mãe! Fazia um bom tempo que eu não comia. Estava com saudade.
- Quem esteve hoje aqui me visitando foi a Jovita. – Sempre daquele jeito, bem disposta. – E como estão as crianças, interpelou Joana. – Estão todas no colégio. – Falou que a mais velha só fala em cursar medicina.
Toca o telefone. - Deve ser a Marina, falou a mãe. Joana levantou-se para atender. – Marina, a mãe me falou que havias ligado. - Estava acabando de jantar e já ia te ligar. – Tive um dia péssimo, minha amiga. – Nem passei na faculdade, vim direto para casa.
Do outro lado da linha : - queria te contar que acabei de ler o livro do Cristovão Tezza : O filho eterno. – Maravilhoso!. – Adorei. – Depois vou te passar.
- Discuti com o chefe, interrompe Joana.- Acreditas que o Derval veio me repreender por causa de um serviço que fiz? – E precisavas ver o jeito dele: – Grosso. – Arrogante. – Estúpido. – Caí no choro, não agüentei.
- Mas não vai ficar assim. Ele me paga.- Eu vim doente para casa.
- Calma Joana. – Não esqueces que vingança é um prato que se come frio. – Tudo tem a sua vez.
- É que eu detesto injustiça.- Eu custo muito para aceitar essas coisas.
- Mas não dê bola, minha amiga. – Isso acontece seguidamente na vida de todas nós.
- Amanhã vamos almoçar juntas, falou Marina. – Descobri um lugar onde se come umas panquecas deliciosas.
- Vamos sim. – Daí falamos melhor.- Beijo.
Enquanto devolvia o telefone ao gancho Joana falou para a mãe : - A Marina é uma grande amiga. – Não sei o que seria de mim sem a sua amizade.
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