17/10 – Oktoberfest
Horário: 22 horas
Local: SERB
Ingresso: 5 pila
Oderich Band!
Mas guardei um post especial pros escritores patrulhenses.
No domingo, após a abertura do Raízes, acontecerá, a partir das 22h, lá mesmo, no Centro Clube, o lançamento do livro POESIA NA PRAÇA: XX Antologia Poética Patrulhense e II Antologia dos Poetas dos Municípios Originários de Santo Antônio da Patrulha.
E aproveitando a deixa, uma pequena mas nada modesta propaganda: este ano, entre belos poemas de alguns dos nossos colaboradores, o Poesia na Praça traz uma surpresa: EEEEEEEEEEUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!
Vivente insone recém saída da casca e carinhosamente recebida pelo Grêmio Literário Patrulhense, colocando minhas palavrinhas de fora.
Tô simplesmente 'louca de faceira'.
E já que lá não caberiam os agradecimentos de todos os escritores, farei os meus aqui:
Valeu Rico, pelo empurrão e insistência; Mãe, que sempre se dispõe a correr pra lá e pra cá, pra dar conta das minhas modas; Ana Clara, por me aceitar aos 48min do 2º tempo; Ronei e Mercedes, por me incentivarem às gargalhadas.
Valeu inspiração, por aparecer quando eu mais te quero.
- Cássia - (te mete!)
Pop Art em exposição na Galeria de Arte
A terceira exposição de Lenara Lunardi na Galeria de Arte do TJ se inicia hoje (28/9). A pintora apresenta telas de diversos estilos, como os clássicos florais, os abstratos, os monocromáticos, e, principalmente a Pop Art, inspiradas principalmente nas obras de Romero Britto.
Foi após visitar uma mostra do artista que Lenara começou a pintar, há seis anos. Admirada com o trabalho de Britto, pegou um folder com a imagem de um de seus quadros e o reproduziu, para colocar em sua casa, o que despertou o interesse de amigos - surgindo, a partir daí, as primeiras encomendas. Afirma que, dentro desse curto período, já vendeu 2,1 mil peças, que vão desde pequenos quadros até grandes paineis.
A exposição segue até o dia 9/10, com horário de visitação das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira. A Galeria de Arte está localizada no saguão do TJRS (Av. Borges de Medeiros nº 1565, Porto Alegre).
Fonte: www.tjrs.jus.br
A campainha tocou.
Sem pedir licença
Sua presença encheu de novo a casa.
Trouxe com ele
O cheiro bom de uma lembrança.
Em horas que se foram
Como num infinito instante.
Mas a vida retomou seu rumo
Sem pedir desculpas
Sua ausência esvaziou a cama.
Deixou comigo
O gosto bom de uma saudade.
Em noites que me vem
Como num sonho distante.
- Cássia -
77 MUNICÍPIOS ORIGINÁRIOS DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA SE ENCONTRAM NO RAÍZES
Com o objetivo de promover a integração e divulgação da memória histórica e cultural de Santo Antônio da Patrulha e dos seus 77 municípios originários, o Raízes será realizado
De 4 a 8 de outubro, pesquisadores, historiadores, escritores, animadores culturais, professores, alunos, cidadãos que realizam as mais diferentes atividades nos municípios sediados na região nordeste do Rio Grande do Sul terão a oportunidade de conhecer mais o seu passado, através de recortes de sua história, articulados por pesquisadores representantes dos municípios. Anualmente um livro é publicado sobre a realização do encontro. Já são 20 obras abordando a trajetória do Raízes.
Em 2009 Santo Antônio comemora outro evento importante: 200 anos do municipalismo do Rio Grande do Sul. Através da Provisão Real de Dom João VI, de 7 de outubro de 1809, foram criados os quatro primeiros municípios do estado. Os 496 municípios gaúchos existentes são descendentes dos quatro primeiros criados naquele ano: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha.
Por este motivo, a cidade está em festa, por receber mais uma vez o Raízes, ao mesmo tempo em que comemora o bicentenário de criação do município, com direito a resgate histórico, lançamento do selo comemorativo aos duzentos anos e valorização da cultura da região.
Segundo sua idealizadora, a Historiadora patrulhense Vera Lúcia Maciel Barroso, a idéia pertence sim à região. Vera afirma que a região nordeste do Rio Grande do Sul, em sua história é hoje a mais pesquisada e estudada em todo o estado. De 1990 até hoje, o evento Raízes já visitou 18 municípios originários. A historiadora relembra que o evento tem a idéia de perceber e reconhecer a importante história que Santo Antônio da Patrulha, assim como Porto Alegre, Rio Grande e Rio Pardo tiveram naquela época, quando da criação de suas Câmaras de Vereadores, fundamentais para a formação e definição de um estado gaúcho concretizado. Vera Lúcia Maciel Barroso relata: “O Raízes trouxe a idéia de uma Santo Antônio regional, presente em todos os 77 seus descendentes, fundamental para a construção da autoestima dos patrulhenses”, finaliza.
Confira a programação: http://www.pmsap.com.br/
Fonte: PMSAP
14º CAMINHOS DA PATRULHA SERÁ DIA 27
A Secretaria Municipal da Cultura, Turismo e Esportes, em parceria com a ACASARGS (Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela do Rio Grande do Sul), realizarão no próximo dia
Fonte: PMSAP
No último dia 15 – a terceira terça-feira do mês de setembro, aconteceu a primeira reunião oficial do Grêmio Literário Patrulhense – GLP.
Teve um gosto bom de conversa entre amigos: eu, e seguindo pela minha direita: Delurdes Werner, Ana Clara Maciel, Ana Zenaide Ourique, d. Ivone Selistre, d. Regina Barcelos, Luiz Nicanor, Ronei Soares, Joelson Oliveira e Renato Lopes.
Feita a roda, partimos pros livros que cada um traz na memória.
Em seguida, pros sonhos e projetos de aproximar a escrita e a leitura de cada cidadão patrulhense.
Dos já realizados, como o lançamento de Céu de Oceano – do Joelson Machado, primeiro no Qorpo Santo e depois na Copy Art.
E dos quase lá, como o lançamento do Poesia na Praça na abertura do Raízes, dia 4 de outubro, e posteriormente na Feira do Livro em Porto Alegre, dia 7 de novembro, e a banca dos Escritores Patrulhenses, a ser montada também no Raízes.
Também falamos de projetos um pouco mais distantes: divulgação dos poetas, contistas e demais escritores locais, através de panfletos, bancas itinerantes e um blog/site do GLP. Da realização de oficinas a serem ministradas pelo Luiz Nicanor, pra que possamos aprimorar os conhecimentos sobre as Escolas Literárias e Estilos.
Da expo-poesia&prosa, uma integração entre poetas, escritores e artistas, pra 2010.
Da tentativa de trazer mais professores para o GLP, prejudicada pela gripe H1N1, que sobrecarregou o segundo semestre letivo.
De concreto? Que o Grêmio volta pra ficar. Que o trabalho é duro, mas a recompensa é feita de belas, poéticas e marcantes palavras.
A prova? Três gerações que na primeira conversa se entenderam como antigos colegas de escola. E que aguardarão, na próxima terceira terça de outubro, a presença de tantos outros patrulhenses igualmente apaixonados pelas letras.
- Cássia -
Teve início ontem (21/9) a mostra Recicl’Arte, na Galeria de Arte do TJ. Todas as peças em exposição foram confeccionadas com materiais reutilizados, com o objetivo de promover a conscientização ambiental. Garrafas pet, CDs, retalhos de tecidos e caixas de DVD entre outras matérias-primas tornaram-se bolsas, pulseiras, vasos de flores, porta-retratos, chaveiros e obras de arte.
Mostra, promovida pelo Ecojus, busca alertar
para importância da conservação do meio ambiente
(Foto: Mariane Souza de Quadros)
As peças são de autoria de servidores do Judiciário e outros colaboradores, como a artista Elisete Silva, que trouxe peças em papel machê, técnica que utiliza papel picado. A artista realizou exposição individual no Tribunal de Justiça em julho do ano passado.
A mostra, promovida pelo ECOJUS – Programa de Educação e Proteção Ambiental e Responsabilidade Social do Tribunal de Justiça, segue até esta sexta-feira (25/9). A Galeria de Arte fica no saguão do prédio do TJ (Av. Borges de Medeiros, nº 1.565), em Porto Alegre. O local é aberto ao público e o horário de visitação é entre 9h e 19h.
Fonte: www.tjrs.jus.br
RUA DA CIDADANIA TERÁ ATRAÇÕES CULTURAIS PARA TODOS OS GOSTOS
O evento Rua da Cidadania, que será realizado no dia 26 de setembro
Na Avenida Afonso Porto Emerim, no trecho entre a Lojas Colombo e o Semáforo, local escolhido para a realização do evento, dezenas de serviços estarão sendo ofertados a comunidade – algo semelhante ao evento anual, Ronda da Cidadania, assim como espaço a recreação para os pequenos e toda a família. Um grande palco será montado para as diversas atrações que farão parte da programação artística da Rua da Cidadania
Organizado pela Secretaria da Cultura, Turismo e Esportes, o público poderá conferir apresentações dos CTGs Coronel Chico Borges e Patrulha do Rio Grande, AABB Comunidade, Pé Quente, Grupo de Karatê , dança do ventre, Escola Patrulhense, show com pernas de pau, dramatização com o ator Malta, show de dança com Renata Guimarães e as apresentações dos cantores locais: Paulinho Machado, Claire Barcellos e Márcia Freitas, Lanes Cardeal, Adriano, Pedro Reis, Família Ramos, Milena, Toni, Samuel, Jorge. A programação cultural será encerrada com a bateria do Nada Chega.
Ao meio-dia, será servido carreteiro ao público. As atividades da Rua da Cidadania irão das 9h as 16h e toda a comunidade está convidada a participar.
Fonte: PMSAP
Mas bah que eu pensei e revirei os meus arquivos musicais e cadê decidir a música pra encerrar a Semana Farroupilha? Pra ficar bem satisfeita, só se transformasse o blog num youtube da vida. Tem muita coisa linda.
É aí que eu me refiro. Escolher de que jeito? Mas a vida é feita de momentos.
E vem de lá e vai de cá que eu fui parar num almoço da Moenda.
A música pra fechar a comemoração estava lá.
Ou estava aqui. Em Santo Antônio da Patrulha.
Não é o vídeo oficial, mas quem viu e ouviu essa música vai conseguir senti-la. Tem, inclusive, nossos aplausos.
E o guri merece.
Teve virtude pra escutar e estudar outros grandes que vieram antes dele.
É aguerrido, segue lutando em campo aberto pela sua música.
E foi um bravo, pra subir naquele palco e marcar a pele de quem escutou Garatuja.
Isso aí: ‘vamo’ de Renato Muller. O Renatinho.
Que nas palavras do Guto Monteiro ‘É um cara muito especial’.
Que siga com esse valor e constância, pois já realiza grandes façanhas.
19/09 – Chamando a Crioula
Horário: 22 horas Local: Meia Meia 2
Carreteirão do Nada Chega!
Seguindo as comemorações insones ao 20 de setembro, 'Quando o verso vem pras casa', do Gujo Teixeira, interpretada por Luiz Marenco e Gustavo Teixeira.
E um abraço pro gaiteiro!
Em noites de sábado, quando fico em casa, sozinha, ao invés de estar com amigos, me pergunto se não estarei perdendo grandes momentos. Talvez.
Mas mais importante do que essa resposta, hoje, é não dar a ela mais importância do que merece. Não poderia estar num lugar e aproveitar com a cabeça em outro. E gosto de verdade de estar em casa nos sábados à noite. Gosto de acordar descansada no domingo, ainda que durma tarde. De acordar cedo pra matear no jardim e pensar nas questões que me atormentam os sábados à noite.
E achar graça, afinal de contas.
Melhor rir do que não posso compreender do que castigar a alma com mistérios e culpas inúteis.
Talvez eu perca os melhores sábados. Mas tenho deliciosas noites de solidão.
Como esta, em que me dedico a escrever um conto sobre o desencontro, prum livro que talvez nunca publique. Sem culpa e sem mistérios. Será como tiver que ser.
- Cássia -
Alguém um dia disse que viver bem ou mal é uma questão de escolha.
E hoje me parece uma noite perfeita pra esse tipo de decisão.
Foi um dia terrível pra mim.
Trabalhei como louca, molhei os pés na chuva.
Comi demais. E também tomei muito café.
Não teve sol e, apesar de ser setembro, fez muito frio.
A sombrinha estragou e meu saldo ficou negativo.
E estou pensando se vivo bem ou se vivo mal.
Se me resta alguma escolha.
E percebi que não.
No país do jeitinho, dos espertos e da sacanagem, não tenho escolha.
Só posso ser feliz.
Sou obrigada a viver bem.
Ou não viver, e só.
E como tenho tempo de sobra, pois não durmo enquanto penso em tudo isso, resolvi reler e repensar o que escrevi acima, agora do ponto de vista de uma brasileira de verdade:
Quem além de mim, apesar de ralar muito, tem verdadeiros amigos no trabalho, pode tomar chimarrão detonando um ‘rappa’ nos fones, e ser considerado excêntrico?
Quantos sentem prazer em estender um pouco a caminhada num dia de chuva só pra depois tomar um banho bem quente?
Além disso, toda vez que tomo um cafezinho com um pedacinho de chocolate meio-amargo, também tomo água, o que me mantém um mignonzinho doce e hidratado.
Aproveitei o dia de frio pra estrear um casaquinho comprado no final de agosto, quando fez calor. Ah, e como não tinha sol, relaxei no protetor solar e saí de cara lavada.
Como se não bastasse, ainda comprei uma sombrinha rosa tão desvairada quanto este post.
Enfim, arrumei um jeitinho esperto e sacana de nunca perder desse baita sorriso que trago comigo.
E o dinheiro? Bem, tudo tem um preço. De bolsos cheios talvez não sobrasse lugar pro amor e a poesia.
- Cássia -
Museu prorroga Exposição O Pote até terça dia 15
Organizada pela Associação dos Ceramistas do Rio Grande do Sul (ACERGS) e Museu Antropológico Caldas Júnior, a 15ª Exposição O Pote, que também conta com a exposição de trabalhos da ceramista patrulhense, Maria da Graça Goulart Ourique terá seu período de exposição prorrogado.
Devido a grande procura e inúmeros pedidos de escolas para a visitação, o Museu estenderá até a próxima terça-feira,
As obras de 27 ceramistas podem ser conferidas na casa sede do Museu das 08h às 17h30min sem fechar ao meio dia. Para visitação neste final de semana, o agendamento deverá ser feito até sexta-feira às 17:30h. Mais informações pelo fone 3662 2738.
Fonte: ACS/PMSAP
QUASE ESTAÇÃO
O Sol já desmaiado
por trás de uma cinzenta
rendada neblina
na tarde que já se esvaía.
Uma branda brisa fresca
Balançava as folhas do velho abacateiro
quase solitário no terreno baldio.
Na rua, as folhas amontoadas
de um resto de inverno que se despedia.
Um barulho ao longe
atestava a existência da vida.
Sobre os fios da luz
cruzou um pássaro
no seu derradeiro passeio.
O silêncio retoma seu curso.
De repente, uma cantiga
ao longe, impondo o seu volume
eis o alarde da quase primavera
eram os sabiás da Pinheiro Machado
enebriando seus moradores.
Joelson Machado de Oliveira
Sei que a vida é passageira.
Que bons e maus momentos ficarão para trás.
Que por mais dolorosas as perdas, o tempo as amenizará.
Mas quando perdemos pessoas queridas,
É como se o tempo parasse.
Nestas horas, tenho medo.
E gostaria de ter mais fé nesse universo sem sentido.
De saber aquietar o coração,
Na certeza de que estão em paz.
Talvez se os tivesse dado um último abraço carinhoso.
Segurado sua mão.
Talvez.
Agora, o que tenho são estas últimas palavras
Lágrimas sinceras de saudade.
E a esperança de que em algum lugar
Entre novos amigos
Continuem sendo simplesmente
O que sempre foram para mim...
- Cássia -
MOENDA DA CANÇÃO - UMA TRAJETÓRIA
Joelson Machado de Oliveira
Por motivos profissionais e por estar residindo fora de nossa cidade, as primeiras edições do festival, ouvi partes pelo rádio. Passei a assisti-la a partir da 5a. edição e a partir da sexta, comecei a participar mais ativamente, trabalhando na Secretaria do Evento e participando das reuniões semanais.
Embora seja uma satisfação falar de Moenda, não deixa de ser difícil, pois o nosso festival é tão cheio de nuances que ao longo da sua trajetória nos deparamos com situações que protagonizaram discussões que só engrandeceram o evento.
Falam da abertura da Moenda, da sua descaracterização de Nativa para um sentido mais amplo. Eu mesmo no início, quando só ouvia a Moenda, achei que ela deveria se voltar mais para o campo, para as raízes do nosso chão. Todavia fui convivendo com pessoas mais preparadas do que eu, neste assunto, e me convenci que os festivais que atuavam numa linha restrita estavam enfrentando dificuldades, pois muitos artistas que queriam expressar a sua arte no Rio Grande do Sul, estavam impossibilitados, pois os festivais nativistas de um modo geral, limitavam a criação a assuntos campesinos, enquanto que em outros seguimentos havia arte e, esta era tão gaúcha quanto as outras.
O fato de mudar de Moenda da Canção Nativa para Moenda da Canção, não tolheu nenhum compositor, apenas abriu o leque de composições concorrentes o que qualifica mais o festival, o promove além dos nossos limites e, uma coisa importante, abriu espaço para a nossa música nas rádios FM, um seguimento de muito sucesso e de grande expansão nos últimos tempos. Na realidade a Moenda, sempre esteve na vanguarda dos festivais da nossa terra.. O que a Moenda sempre foi é ser arrojada, pioneira, olhar o horizonte e não apenas a próxima porteira.
Aliás, ela já foi assim desde que começou, pois a ganhadora da 1a. Moenda "Dança dos Trigais ", uma notável composição de Beto Barros com música de Sérgio Rojas, que até hoje é reverenciada e passou a ser trilha sonora de abertura das últimas edições em versão erudita, não foi composta para a Moenda, - você sabia ? - e sim para a Seara de Carazinho, zona produtora de trigo e que foi lá rejeitada por ser "subversiva ", pois atacava o patrão - fazendeiro rural - e que a Moenda soube valorizar a grandeza da obra, pois nela não existia e continua não existindo nenhum preconceito - a obra está acima de qualquer querela. Foi aí, neste momento, que acredito, a Moenda mostrou sua personalidade, a sua independência e, certamente, por isso que ela está viva até hoje, crescendo e se fortalecendo cada vez mais.
Cada um de nós já ouviu falar que a Moenda dá prejuízo ao município : - "gastando dinheiro em festa ". São disparates que doem no nosso ouvido. A Moenda é um evento cultural. O investimento que mais retorno dá é o feito
O investimento do município na realização da Moenda têm sido relativamente pequeno. A verba anual - aprovada pela Câmara Municipal - fica em torno de R$
- No financeiro, por várias vezes foi constatado, através do depoimento dos gerentes de Bancos sediados em nossa praça que, a segunda feira pós Moenda é o maior volume de depósitos em cheques e dinheiro por parte dos comerciantes de nossa cidade. É que o advento da Moenda gera um incremento de negócios na cidade: - em restaurantes, bares, postos de combustível, pousada/hotéis, supermercados, armazéns - porque muitas pessoas acorrem ao nosso município aumentando a população no final de semana e também aqueles que passam pelo nosso perímetro urbano em função do evento. A Moenda quando acerta a ajuda de custo às músicas que serão apresentadas no festival o faz no momento do ensaio ou passagem de som, para que os artistas gastem em nossa cidade parte do pagamento.
- No cultural, os progressos surgidos após o surgimento do nosso festival são entusiasmantes : - vários grupos teatrais surgiram em função da Moenda, oficinas de teatro e de danças, grupos musicais, bandas, músicos individuais, bares de entretenimento, que mantêm nossa juventude na maioria dos finais de semana em nossa cidade. Mas certamente, o trabalho mais significativo é o desenvolvido nas escolas do município, com a participação e apoio das professoras e diretoras de colégios, que realizam um brilhante trabalho de interpretação de letras com seus alunos, fazendo com que eles passem para lindos cartazes, que são expostos nas dependências do evento, sempre incentivados por pessoas ligadas à Moenda. Será que tem preço esta agregação cultural, esta valorização do sentimento de patrulhense dos nossos alunos, do orgulho que é despertado nessas crianças ?
Já imaginaram quão cultural é fazer um trabalho sobre uma música apresentada na 4a Moenda, com nome de Vilarejo - obra de Jaime Vaz Brasil, com música de Mário Barbará, que diz : - "Nas casinholas, o fio das frestas afia o vento ". Não é querer filosofar com a desgraça alheia, mas temos que reconhecer que é poesia pura, dentro da realidade. Ou ainda, em Temporal, música da 5a. Moenda, - obra de Colmar Duarte com música de Sérgio Rojas - que ao descrever uma noite de temporal no pampa em um galpão de campanha, diz : - A chuva risca de esporas o zinco e a madrugada ".
Querem que eu fale das músicas ? Existem lindas músicas ao longo das quinze edições da Moenda. A vencedora da primeira edição é muito linda - "Dança dos Trigais - lindas também : Milonga abaixo de mau tempo - Casarão - No tempo das pátrias bêbadas - Fogo de Céu - Nau dos loucos pelo pampa - O poeta dormiu de sapatos - Rei Menino - Pra começar tudo de novo - Toda a minha rima e tantas outras, naturalmente, no meu gosto pessoal. Mas sem dúvida alguma a grande música da Moenda para mim é "Milonga do pendular encontro ", vencedora da 3a. edição, com música de Peri Souza e letra de Jaime Vaz Brasil. Simplesmente ela é perfeita: rural, urbana, lírica. Quem conhece um palmo de campo, sentiu saudade, certamente se transportará para o galope mágico da melodia e cavalgará nos versos puros de poesia. Bravo "Milonga "- que música!