Por vocês eu perdi o meu medo do escuro
Já escrevo há tempos, mas acho que sempre escrevi sem alma.
Escrevia porque as outras pessoas diziam que eu deveria tentar, porque lia muito e certamente escreveria bem.
Se o resultado era bom ou ruim, de certo que iria pro lixo de qualquer jeito.
Até surgir o Insônias.
E com ele milhares de idéias na cabeça, títulos, histórias, assuntos interessantes e bons livros que quero dividir, e essa vontade louca de colocar tudo no papel.
Hoje, vejo que perdi o medo que escondia num canto escuro da minha cabeça.
E devo isso a muitas pessoas que, de um jeito ou de outro, semearam em mim a paixão que tenho pelas palavras e despertaram idéias a tanto tempo adormecidas.
À minha mãe, que me lia histórias na hora de dormir, sem cansar, mesmo quando eu pedia que repetisse a mesma história por noites seguidas.
Ao tio Ronei, pelos livros que me trazia quando eu ainda era adolescente, e por acreditar que realmente tinha condições de ler, entender e apreciar bons escritores – ele começou com Tolstoi!, e até hoje me emociono ao lembrar da Ana Karenina na estação de trem.
Ao meu amigo Marcelo Poeta, o único com quem já havia dividido um escrito, e que até hoje tem guardada a poesia que fiz pra ele, da qual não guardei nenhuma cópia.
Ao Joelson e à Mercedes, o primeiro por acreditar nas minhas escritas, a segunda por me manter alimentada pra escrever.
À Rosalva e à Jose, a quem ainda conheço pouco, mas que já têm quase tanto apego a este blog quanto eu.
Aos que me acompanham pelas abençoadas noites mal dormidas que tenho, deliciosas e produtivas, porque são minha grande inspiração.
Ainda tenho um caminho longo, muito que ler, ouvir e aprender. Muito que melhorar e corrigir.
Mas agora, guardo qualquer frase rabiscada em guardanapo, coloco qualquer idéia no papel, por mais absurda que pareça.
Começo histórias que ficam dias sem final. Escrevo finais mesmo antes de ter uma história.
Deito com papel e caneta do lado da cama.
E acordo todos os dias com a incrível e maravilhosa certeza de que sou finalmente livre.
- Cássia -
"Começo histórias que ficam dias sem final. Escrevo finais mesmo antes de ter uma história."
ResponderExcluirCassia: A citação acima é digna de um quadro, já que retrata perfeitamente o que sente, muitas vezes, quem gosta de escrever. Fantástica!!!!! Bjs, Rosalva
Já nem sei se ainda é apenas um gostar, ou se já e um vício...
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