terça-feira, 1 de setembro de 2009

“Espaço Cultural Virtual da Pinheiro Machado” ...

por Rosalva Rocha

Quem diria!!! Um espaço tão moderno para celebrar uma rua tão antiga ... tão cheia de histórias, de mistérios, de amores e desamores ...

Foi na Pinheiro Machado que vivi até os meus 18 anos e onde me refugio em muitos finais de semana, contando com a mesma vizinhança e com tantas outras que lá se assentaram ...

A mesma paisagem, o mesmo chimarrão nos finais de tarde, as mesmas conversas com contornos diferentes, mas com a mesma base.

A Pinheiro Machado faz parte das minhas melhores lembranças ... uma infância numa “Casa Velha ... Que Não Era Nossa ...”, e uma adolescência na casa onde até hoje reside a minha mãe.

Acreditem se quiserem, mas a Pinheiro Machado, lá pelos anos 70, foi palco de uma “turma de arromba”, formada por meninas com faixa etária muito próxima e grandes amigas ... tão amigas que até hoje mantém o mesmo carinho.

Abaixo da fonte surgia a Carla Pilotti ...

Logo acima a Josete (do Seu Cândido) – era exatamente assim que era chamada ...

Passando a Marechal Floriano surgia a Monice e a Licinha ...

Um pouco mais acima a Titi, Silvia e Sonia Bier ...

No outro lado da rua a Luciana Dapper ...

E, por fim, eu e a Goretti ...

Estudávamos e brincávamos juntas ... e, quando chegamos aos 15 anos, saíamos juntas para o Bar do Athaíde, para o JIM2 e para tantos outros bailes, que acabavam nos despachando para casa felizes da vida, muitas vezes com os pés descalços, tamanha tido sido a festa.

Lá flertamos e namoramos muito ...

Lá emprestávamos as roupas e adornos umas para as outras ...

Lá trocávamos de casa normalmente quando nossos pais saiam ... Sim, até hoje algumas casas são “a minha casa”.

Os meninos subiam e desciam e costumavam fazer “cavalinhos de pau” na encruzilhada, especialmente quando os nossos pais não estavam em casa (sim, tínhamos pais severos que não permitiam determinadas coisas).

Foi na Pinheiro Machado que descobrimos a nossa “bat-caverna” ... e lá brincávamos todas as tardes como se a adolescência não estivesse chegando.

Essa rua reserva algumas lembranças e curiosidades que se mantém vivas até hoje:

- a Delegacia de Polícia localizava-se na esquina com a Marechal Floriano e, no verão, abrigava toda e qualquer ocorrência de acidente da RS 030 (antes da Free-Way). Aos domingos corríamos para a sacada da Dona Teresinha Bemfica e lá ficávamos para ver os “acidentados”. Parece meio macabro, mas era uma festa!

E tinha um soldado, chamado Bastião (esposo da Teresinha Mariane) que me buscava nas boates e me largava em casa, “com toda a segurança” que a farda empreendia.

Foi na Pinheiro Machado que ...

- a Licinha sempre se curava das doenças com a comidinha da minha mãe;

- eu aprendi a cozinhar com a Dona Mercilda;

- que a Luciana aprendeu a fazer tricô com a minha mãe.

E é na Pinheiro Machado que eu continuo ...

- Ganhando figo da Dona Eunice;

- Ganhando pão sovado da Dona Teresinha;

- Apanhando legumes da horta da Dona Mercilda e

Levando a vida como se o tempo não tivesse passado.

4 comentários:

  1. Incrível! A Pinheiro Machado é tão pequena, e no entanto tem um mundo inteiro lá.Não conheço a Cássia, mas a idéia do blog é maravilhosa!E pensar que bem ali "perto da fonte", (além da Carla Pilotti),já tem outra geração, que é meio parecida com a gente... e de lá, já saimos há tantos anos...e interessante pensar, que quando a "vida" aperta, é pra lá que voltamos...

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  2. Coisas de Cássia....uma idéia genial. Isto é resgatar e preservar a história. A nossa história. Parabéns pela ideia, Cássia!

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  3. Nossa!!!Encontrei teu blog por acaso,mas não consigo lembrar quem és...Cássia...lembro da Carla,da Josete,das outras ,mas Cássia? Que saudade dos velhos tempos na terrinha... Parabéns pela idéia!!! Sílvia Oliveira Cardoso em Osório desde 86. Um abraço!

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