Haja coração!
O PÊNDULO DOS AGOSTOS
O mês de agosto transmudou-se ao longo do tempo. Conhecido como o mês do cachorro louco, do fantasma dos velhos, dos chuvisqueiros que deixavam as vacas arqueadas nos costados das cercas, passou a ter outras conotações.
Para quem gosta de música ou de um grande evento musical, agosto é o mês da Moenda, da nossa Moenda da Canção.
A Moenda é como uma prenda que sentimos saudade. Vamos curtindo ao longo dos demais meses, saboreando as suas músicas, relembrando os seus shows, sentindo o seu afago.
Quando ela se vai no final do festival, embora felizes pelo seu acontecimento, ficamos com um gosto amargo da sua partida, parece que na madrugada da segunda-feira, quando ela vai embora, recebemos seus abanos, como se a nossa prenda se despedisse na porteira. Que vazio que ela nos deixa.
Os lentos relógios que marcam a nossa separação, intervalam, tão longamente, os nossos encontros e, o nosso coração desgovernado, fica batendo com impulsos de saudade.
Cada vez que ouvimos o CD ou vemos o DVD, transportamos os nossos sentimentos para o bailado lento e sincopado, no galope de tênues tambores. É o seu ritmo que nos invade, tatuando nossa alma, trazendo-a mais para perto, apequenando a distância que nos separa.
Quando agosto se aproxima é como sentir o seu cheiro doce, o mel de cana escorrendo em suas ranhuras, desenhando seu corpo num formato de clave musical e um beijo rubro anuncia o nosso novo encontro.
Joelson Machado de Oliveira
(Baseado na música Milonga do Pendular Encontro, de Jaime Vaz Brasil e Pery Souza)
Beleza o texto, Jelson!
ResponderExcluirMuito criativo. Fiquei honrado com a lembrança. Valeu!
Abraço do Jaime
Confesso q me emocionei com o texto Joelson. Diz tudo com palavras mágicas. Parabéns, abs,
ResponderExcluir