quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Conto a quatro mãos - capítulo 7

Capítulo 7 - Silvano

- Alô?...Alô...

- Sim, Carol, sou eu, pode falar - ele gostava de ouvir a voz da mulher.

- Olha só, sei que vai parecer meio chato, mas tenho que te falar uma coisa antes da viagem.

- Liga não. Tô sabendo do Manoel.

- O que é que tem o Manoel? - disse ela meio preocupada.

Ele silenciou do outro lado da linha, que raiva, ela ainda não sabia do crime. E agora? O que fazer?

- Ciro...Ciro...você ainda está aí?

- Claro, claro. Esquece o Manoel. O que você quer me falar?

Agora foi a vez dela silenciar. Suspirou e então lascou:

- Lembra das nossas alianças, né? Claro que lembra. Então você deve recordar que quando casamos a minha Avó derreteu as alianças dela e do meu Avô e nos deu de presente. Foi com aquele ouro que fizemos as nossas alianças.

- Sim, e daí?

- E quero a sua aliança de volta. Aliás, sua não. Minha aliança, porque o ouro dela era da minha Avó.

A faca do sofrimento penetrou fundo em seu coração, deixando-o em silêncio, quase congelado. Uma lágrima teimou em escorrer de seu olho esquerdo.

- Alô, Ciro! Tá me ouvindo?

Com raiva ele disse:

- Entreguei tudo ao Manoel. E outra coisa. Mataram ele aqui na entrada do prédio. Não fui eu, não sei quem foi. Não sei nada da droga da aliança.

Ele disse aquilo e roçou o dedo polegar na aliança, como que acalmando-a em sua morada.

A ligação caiu. Ele largou o telefone e foi atender de novo a porta (mas que dia de encheção de saco!!).

O policial sem nem entrar apenas lhe disse:

- Esqueci de lhe dizer uma coisa. O carinha aquele não morreu. Foi levado baleado ao Pronto Socorro. Até onde eu o vi, estava vivo. Essas "bichinhas" não morrem fácil assim - disse ironicamente e foi embora rindo pelas escadas.

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