CAPÍTULO 09: Silvano
Naquela noite ele chamou Carol para uma conversa. Ela chegou meio constrangida, reticente. Parece que nem queria entrar no apartamento. Uma das primeiras coisas que falou foi:
- Posso pegar a aliança?
Ele, quieto, botou a mão no bolso e lhe entregou a aliança. Ela pegou nervosamente e guardou.
- Carol, quero te dizer uma coisa. Talvez a gente possa recomeçar, sei lá, replanejar...
- Ai, não começa, por favor. Já falamos disso tantas vezes.
- Calma, calma, eu posso mudar desta vez.
- Ninguém muda, Ciro. Ninguém muda - ela sentenciou.
Baixou um silêncio entre os dois. O coração de Ciro apertava, ele como que sentia uma fria lâmina penetrando-lhe o peito. A cada frase, cada palavra dura dela, a fio da lâmina adentrava mais e mais seu coração. Ele tentava respirar, mas ela mantinha a dor ali, cravada em seu sentimento.
Enfim - pensou ele - talvez isso tenha mesmo acabado.
- Era só isso que você queria, a aliança? - ele disse.
- Acho que sim. Depois com calma eu venho buscar o resto das minhas coisas.
Ciro respirou fundo e mudou o tom de voz:
- Eu sei de uma coisa....não é só o seu curso na Alemanha..
- Como assim? - Carol meio que assustada.
- Eu li um torpedo no seu celular um dia que você estava no banho...eu sei que há outra pessoa.
A mulher gelou, não esperava por aquilo.
Ciro estendeu a mão e disse:
- Me devolve a aliança! AGORA! - gritou.
Ana Carolina gelou a deu um passo atrás. Viu a fúria nos olhos do seu marido. Viu a dor. Viu tanta coisa. Só não via saída para aquela situação...
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